Gaeco investiga Caninana por fraudes fiscais e movimentações milionárias com “laranjas”
O Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO), conduz uma investigação de grande porte contra o Grupo Caninana, acusado de movimentar Milhões de Reais de forma ilícita

O Ministério Público do Maranhão, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO), conduz uma investigação de grande porte contra o Grupo Caninana, acusado de movimentar milhões de reais por meio de práticas ilícitas, que vão desde importações irregulares até o uso de pessoas físicas de baixa renda como “laranjas”.
De acordo com os documentos judiciais, o conglomerado é formado por mais de 26 empresas nos estados do Maranhão e Pará, atuando em setores como comércio de pneus, motocicletas, construção civil e atacado. Entre as empresas estão Caninana & Ribeiro Ltda., Caninana Motos Ltda., Construtora Caninana Ltda. e Atacadão Caninana Ltda.
Os relatórios apontam fortes indícios de fraude fiscal e comercial. Entre as práticas suspeitas estão a venda de pneus recapados e produtos sem nota fiscal, importação irregular de mercadorias da China com selos falsificados do Inmetro, contrabando, irregularidades no desembaraço aduaneiro e utilização de empresas de fachada para movimentação de recursos. Cerca de 500 funcionários estariam trabalhando sem registro formal, configurando infrações trabalhistas em larga escala.
As investigações também identificaram o uso de “laranjas”. O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) registrou movimentações atípicas em contas de pessoas que declaravam renda de pouco mais de um salário mínimo, mas que movimentaram milhões de reais. Um exemplo citado é Sandro Morete de Sousa Carreiro, que teria operado recursos de terceiros sem origem comprovada, configurando possível lavagem de dinheiro e sonegação fiscal.
Entre os casos mais graves, está o de um operador de máquinas, com salário de aproximadamente R$ 1.500,00 (Um Mil e Quinhentos Reais), mas que movimentou mais de R$ 8 Milhões em sua conta, entre 2021 e 2022, as empresas do grupo realizaram transações superiores a R$ 1,689 Milhão com a Ciclo Cairu Ltda., apontada como intermediária em importações e distribuição de mercadorias internacionais.
Diante da gravidade das denúncias e por envolver interesses da União, o Ministério Público solicitou que o caso seja encaminhado à Justiça Federal, que deve conduzir os próximos passos do processo.
